A quadra é o vaso de flores que o Povo põe à janela da sua Alma.
Fernando Pessoa
A quadra é a poesia do Povo.
José Capela
Num destes dias revisitei Fernando Pessoa e ao ler as suas quadras ao gosto popular, surgiu-me a ideia de com ele fazer uma "estafeta de versos" . Assim, Pessoa vai "correr com letra itálica" e eu vou "correr com letra normal". O maior poeta português levará com facilidade o seu testemunho ao Povo, eu aproveito a sua "corrida" para tentar lá chegar!
Teus olhos esntristecem.
Nem ouves o que te digo.
Dormem, sonham, esquecem...
Não me ouves, e prossigo.
Os meus olhos são pedra rara
Que desconheço o valor,
Não se vê de forma clara
A paixão e o amor.
Olhas-me de repente
De um distante impreciso
Com um olhar ausente.
Começas um sorriso.
Se me olhares em profundidade,
Talvez consigas uma leitura,
Que vai do sonho à realidade
Com sedução à mistura.
Floriu a roseira toda
Com rosas de trepar...
Tua cabeça anda à roda
Mas sabes-te equilibrar.
Um jardim nasceu
Dentro do meu peito,
Junta o teu coração ao meu
Para o amor ser perfeito.
Se eu te pudesse dizer
O que nunca te direi,
Tu terias que entender
Aquilo que nem eu sei.
Ofereço-te um rosa encarnada.
Escrever seria em vão!
As palavras não dizem nada
Quando fala o coração.
Tenho um livrinho onde escrevo
Quando me esqueço de ti.
É um livro de capa negra
Onde ainda nada escrevi.
Um beijo muito demorado
Na tua boca de mel,
Para que o amor fique agarrado
Como a tinta ao papel.
Nos meses de Maio e Junho existem muitas festas e romarias no norte de Portugal, época também fértil em corridas populares, às quais eu me associo com a paixão e a alegria que fazem desta vertente do atletismo uma modalidade verdadeiramente do Povo.
Haja pernas!!!
2 comentários:
Uau Zé!
Gostei.
Sem mais palavras.
oi Zé!
Ainda vou correr ai em Portugal... Só não sei quando.. Me aguarde!
beijos
Enviar um comentário