quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Ver Braga por um canudo!


Braga é sinónimo de muitos pergaminhos no atletismo. As equipas femininas do S.C. Braga, exemplarmente orientadas há mais de 30 anos por Sameiro Araújo, arrecadaram imensos títulos a nível nacional e internacional, fazendo, no passado emergir grandes atletas como Albertina Machado e Manuela Machado e recentemente Jéssica Augusto e Dulce Félix.

Estes motivos são mais que suficientes para que a cidade tivesse uma corrida como forma de homenagear todo este trabalho desenvolvido. A Câmara Municipal fez bem em meter mãos à obra e organizar o evento, cujo cartaz era composto por uma corrida de 10 kms e uma caminhada de 5 kms, realizadas num percurso sinuoso, de duas voltas para a corrida e uma para a caminhada, nas avenidas do coração da cidade.

Os atletas aderiram ao evento em número razoável, assim cerca de 500 atletas alinharam à partida na corrida principal e outros tantos para a caminhada. A inexistência de prémios monetários retirou nível e competitividade à prova, mas também permitiu que os atletas do pelotão pudessem brilhar mais.

No final, responsáveis autárquicos afirmaram que o município pretende dar continuidade ao evento, facto registado com agrado por quem gosta da modalidade. No entanto, parece-me que ainda há muito trabalho a fazer para que a corrida cresça e ganhe a simpatia dos atletas do pelotão. Assim, para que eu não tenha de recordar a expressão "Ver Braga por um canudo!", utilizada pelo meu pai para se referir a algo que desejava, mas que não conseguia ou corria bem, vou citar alguns aspectos negativos e que no futuro gostava de ver resolvidos:

-É lamentável anunciar uma corrida de 10 kms e depois de a corrida terminar chegar-se à conclusão que não tinha mais de 9.100 mtos;
-A não existência de placas a assinalar os kms é uma clara falha primária de organização;
-Correr numa faixa de rodagem e os automóveis circularem noutra, além de ser desagradável não me parece muito seguro; aliás; em matéria de segurança, o comportamento dos polícias que orientavam o trânsito foi ridículo, permitindo que condutores menos civilizados pusessem em causa a integridade física dos atletas;
-A caminhada atrapalhou na segunda volta os atletas da corrida principal, uma vez que acabava por deixar pouco espaço livre na estrada, obrigando-os a alguns zigue-zagues.

Obviamente, também teve aspectos positivos, nomeadamente as inscrições e os resultados na internet, o levantamento dos dorsais de forma fluida e os abastecimentos de água em abundância.

A minha corrida, não teve grande história. Nesta altura da época não simpatizo muito com corridas desta distância pelo que as encaro sempre como forma de ganhar ritmo para as meias-maratonas e maratona que vou correr na primavera. A ideia era concluir os 10 kms entre 36-37 minutos, rolando a um ritmo da ordem dos 3m40s/km. Como já referi a distância ficou aquém dos kms anunciados e o meu tempo final quedou-se pelos 32m19s a uma média de 3m33s/km para cobrir os 9.100 metros que o meu GPS assinalou, sendo 13º classificado entre os 416 que terminaram a prova e o primeiro classificado no escalão M45!

Apesar de nos últimos tempos ter que treinar com temperaturas negativas ou muito próximas dos zero graus, as pernas continuam activas, sem direito a hibernar.

Quem quer colher na primavera, não pode deixar de semear no inverno!