terça-feira, 25 de maio de 2010

5ª Meia-Maratona do Douro Vinhateiro

CITAÇÃO:
"A mais bela corrida do mundo!" (...e a pior organização do planeta!)

CURIOSIDADE:
5ª MEIA MARATONA DO DOURO VINHATEIRO - Regulamento
"17. Os abastecimentos serão assegurados pela organização em cada 5 kms, sendo que os bombeiros farão refrigeração com chuveiros caso seja necessário."

No site da prova, http://www.meiamaratonadouro.com/, retirei a seguinte notícia aquando da apresentação oficial no dia 6 de Maio de 2010.
"A EDP 5ª Meia Maratona do Douro Vinhateiro será disputada ao longo do Rio Douro, num percurso totalmente plano, acessível a todos, que liga o Pinhão e o Peso da Régua, numa das mais belas estradas do Mundo. Diferencia-se por ser o único evento a nível mundial que oferece a todos os participantes, para além de água e bebidas energéticas, Vinho do Porto nos abastecimentos de cinco em cinco quilómetros."

ARQUIVO:
Este ano disputava-se a 5ª edição e eu tinha participado no ano anterior, tendo registado o tempo de 1h19m26s.

RESENHA:
Em 8 anos que levo de dedicação à modalidade, como atleta do pelotão e com dezenas de meias-maratonas nas pernas, não julagava ser possível assistir a tamanha desorganização. A negligência foi tão grave que falhou no que de mais elementar deve existir numa corrida - a segurança e os abastecimentos aos atletas. Estava muito calor, seguramente uns 30 graus, mas isto não serve de desculpa para o crasso erro cometido!
A corrida não ia dar para grandes aventuras, pelo que parti com ambições de fazer um tempo dentro da 1h20m-1h22m. Primeiros kms corridos dentro da normalidade e ao ritmo desejado, mas desde logo se sentiu que a tarefa não ia ser fácil! No primeiro abastecimento, pouco antes dos 5 kms, ia inserido num grupo de uma dúzia de atletas e aqui foi dado o primeiro sinal que as coisas não iam correr bem. Dosi adolescentes entregaram água com muita dificuldade aos atletas, uma vez que a maioria das garrafas ainda estavam nas 'paletes' de plástico! Aos 5 kms registei o tempo de 19m20s, o calor aumentava e o objectivo inicial começava a ficar comprometido. Por volta dos 8 kms novo abastecimento muito mal assinalado e com pouco água disponível, no entanto ainda tive direito a uma garrafinha, embora estivesse como caldo, mas não deixava de ser água.
O meu ritmo começou a cair e passei os 10 kms com 39m40s, imaginando que haveria um abastecimento por esta altura, ou um pouco mais à frente, mas nada! Continuei a abrandar o ritmo até junto à barragem e nem sombras de abastecimentos - um fotógrafo, um militar da G.N.R e um operador de imagem da R.T.P. era o que por ali existia. Reduzi ainda mais o ritmo, correr com aquele calor e sem ter oportunidade de me refrescar seria sinónimo de sofrimento. Gosto de competir mas com condições para tal. Já não fazia grandes contas ao tempo final que iria registar, deixei-me deslizar admirando a imensidão do Douro e a pensar na ironia de estar a correr junto a um rio e a sentir a falta de água!
Quando dobrei os 15 kms com o meu cronómetro a assinalar 1h0015s e ao constatar que também aqui não havia abastecimento, desliguei-me por completo da corrida! Passaram atletas por mim, passei também por alguns que deixaram de correr e passaram a caminhar e todos vociferavam palavrões e impropérios contra a organização. Pouco antes de chegar à ponte, cerca dos 17 kms, havia vestígios da existência de um abastecimento, mas já não sobrava nada, apenas garrafas vazias espalhadas pelo chão!
A sorte é que a partir daqui tinha gente a asistir ou que ainda ia na caminhada, que começaram a auxiliar os atletas dando-lhes água conforme tinham e podiam, pois era tanta a procura para tão escassa oferta. Um amigo que participava na caminhada deu-me dois goles de uma pequena garrafa, disse-lhe para guardar o restante para os que vinham mais atrás, pois comecei a ter a percepção do drama que estava a acontecer aos atletas mais lentos. Fui até à meta, bem devagar, o menos desconfortável possível, concluindo assim esta triste corrida.
Em poucos minutos, comecei a sentir a revolta de todos os atletas contra a organização devido à falta de água a partir dos 8 kms de corrida, que crescia à media que iam chegando. O que se passou a seguir foi demasiado mau para ser verdade, atletas exaustos e desidratados a insultar a organização e estes a procederem como se fosse normal! Inacreditável!
Retirei-me e depois constatei que fiz bem, porque as cenas seguintes foram extremamente degradantes e desprestigiantes para a modalidade!

ARITMÉTICA:
O tempo final que fiz - 1h28m45s - pouco importa!
Gosto muito de corrida e também da região do Douro. Criei um enorme entusiasmo em volta desta 'meia' e o meu clube aderiu em massa ao evento. Estivemos representados na corrida com 35 atletas, uns mais rápidos, outros mais lentos e ainda contamos com 25 pessoas na caminhada, pelo que registei os seus relatos e todos foram unãnimes em afirmar a incompetência e o crime da falta de água durante a corrida.
Eu e mais alguns ainda tivemos direito a água até aos 8 kms, a maior parte só no primeiro abastecimento e ainda houve dois atletas que nem neste ponto conseguiram o precioso líquido. Recordo que pagamos de inscrição 14 € por cada atleta da 'meia' e 4 € por cada um que fez a caminhada.

O MELHOR:
O auxílio prestado pelos moradores e participantes da caminhada aos atletas!

O PIOR:
A organização - Do mais incompetente e negligente durante a corrida, colocando em perigo a saúde e a vida de muitos atletas!
Não satisfeita, mais tarde, não tendo a humildade de reconhecer os erros e tentando branquear tudo o que se passou, demonstrou pouca seriedade e profissionalismo!
Penso poder afirmar em nome de todos os membros do meu clube - enquanto a prova estiver entregue à empresa que organizou o evento, jamais voltaremos a correr ou a caminhar na Régua.

RETRATO:

segunda-feira, 17 de maio de 2010

4º Grande Prémio da Marginal

CITAÇÃO:
"Isto é uma corrida de solidariedade!"

CURIOSIDADE:
O Grande Prémio da Marginal é uma corrida disputada entre as margens da Póvoa de Varzim e Vila do Conde, alternando anualmente a partida e chegada em cada uma das cidades. O evento, que além da prova de atletismo, conta ainda com uma caminhada e, este ano, foi também introduzido um passeio de bicicleta, para reunir o maior número de pessoas, afim de angariar fundos com as respectivas inscrições para a Associação Portuguesa de Paramiloidose. A paramiloidose é mais conhecida por doença dos "pezinhos", devido aos primeiros sintomas serem um constante formigueiro nos pés e aliado a uma perda de sensibilidade ao frio e calor. Esta doença é hereditária, crónica e progressiva e tem uma enorme incidência nas populações de Vila do Conde e da Póvoa de Varzim.

ARQUIVO:
Este ano disputava-se a 4ª edição e eu tinha participado nas duas primeiras.
Assim,
2007 - 36m38s
2008 - 35m51s

RESENHA:
As corridas de 10 kms não são as minhas favoritas. Gosto de distâncias maiores, pois dão-me mais gozo por não acabarem tão depressa! Atendendo ao meu momento actual de forma e à rapidez do percurso, tinha como objectivo fazer a prova pelos 36 minutos, dividindo em 18 minutos cada 5 kms. Infelizmente, não esteve tanta gente como em anteriores edições pelo que a partida foi feita sem qualquer problema. Este ano a partida e chegada eram na Póvoa, logo os primeiros 5 kms em direcção a Vila do Conde foram corridas com a preciosa ajuda do vento a favor, tendo contabilizado no retorno o tempo de 17m48s. Obviamente, no regresso com o vento contra e o natural desgaste da corrida não foi possível manter o mesmo ritmo e os segundos 5 kms sofreram uma quebra registando um tempo de 18m16s.

ARITMÉTICA:
Completei a corrida com o tempo final de 36m04s, sendo o 13º classificado na geral entre os 436 atletas que terminaram a prova; no escalão M45, quedei-me apenas pelo 5º lugar entre os 75 participantes. Os veteranos estiveram em grande! Destaco também a participação do meu clube, N.A.TAIPAS, com 33 atletas, que obteve o 2º lugar colectivamente entre as 35 equipas inscritas.

O MELHOR:
O magnífico percurso onde se desenrola a corrida, sempre com o mar ali ao lado!

O PIOR:
A fraca adesão dos atletas do pelotão. Pela causa, esta corrida merecia um número muito mais elevado de participantes. Talvez se a organização seguisse o exemplo de algumas corridas com fins idênticos que se realizam no Porto, de associar uma marca desportiva ao evento conseguisse atrair mais atletas e consequentemente mais fundos para tão nobre causa.

RETRATO:

segunda-feira, 10 de maio de 2010

XXVI Meia-Maratona de Cortegaça

CITAÇÃO:
"Entre o mar e a floresta"

CURIOSIDADE:
Não fosse a meia-maratona ali disputada, talvez eu nunca fosse visitar a vila de Cortegaça!
Tem uma bonita praia, frequentada por surfistas, devido às características das suas ondas. Se não padecesse do vento que fustiga as praias do norte, seria perfeita!
Ao largo da praia uma mata verdejante de pinheiros, além de valorizar a paisagem, dão um aroma ao ar que dá prazer respirar!

ARQUIVO:
Desde os primeiros passos nas meias-maratonas, esta fez quase sempre parte do meu calendário de corrida.
Assim,
2002 - 1h25m40s
2003 - 1h26m08s
2004 - 1h23m55s
2005 - 1h20m20s
2007 - 1h20m49s
2008 - 1h19m21s

RESENHA:
Quatro semanas após a Maratona de Roterdão e sem esquecer que a partir de agora e até ao dia 4 de Julho, todos os domingos, irei apresentar-me em corridas de distâncias que variam entre os 10 kms e a meia-maratona, estava decidido em não puxar muito pelas pernas. O objectivo era tentar manter um ritmo de 3m45s/km de modo a concluir dentro da 1h19m. Assim, tudo correu dentro do previsto, com cada parcial de 5 kms a serem corridos entre os 18m20s e os 18m40s. Nem o meu amigo Manuel Mendes, que a partir dos 12 kms acelerou, me conseguiu fazer alterar o objectivo. A procissão das corridas ainda vai no adro e as pernas querem que esta autêntica via sacra seja feita em crescendo e com prazer e nunca um calvário!

ARITMÉTICA:
Completei a 57ª meia-maratona da minha carreira com o tempo final de 1h18m55s, cujo saldo foi o 56º lugar entre os 575 atletas que terminaram a prova ; no escalão M45, quedei-me pelo 10º posto, entre 111 participantes.

O MELHOR:
A maior parte do percurso desenrola-se numa estrada no interior da mata, em muitos kms apenas a batida dos pés no alcatrão quebravam o silêncio.

O PIOR:
É de lamentar a morte de um atleta de 40 anos - à família e amigos os meus mais sinceros pêsames.

RETRATO: