terça-feira, 29 de dezembro de 2009

S. Silvestre do Porto: A última corrida de 2009.

No último domingo do ano realizou-se uma vez mais a S. Silvestre Cidade do Porto, prova que vai na 16ª edição e como já vem sendo hábito teve a excelente organização a cargo da Runporto.

A noite estava fria e a chuva, uma vez por outra, até deu alguns sinais durante a prova, mas só no final (pelo menos para mim) é que caiu com muita intensidade. Apesar de o tempo convidar a estar em casa à lareira, foram muitos os que se deslocaram à Invicta para a tradicional corrida de S. Silvestre e, também em número razoável, os portuenses saíram à rua para aplaudir os atletas.

As características do percurso, composto por duas voltas com subidas e descidas longas e a distância de 10 kms, não me são muito favoráveis, estou mais vocacionado para terreno plano e distâncias maiores, aliás é nesse sentido que os meus treinos são orientados. Assim, para a última corrida de 2009, o objectivo era finalizar com um tempo idêntico ao do ano anterior, 37m16s.

Como tive o privilégio de me atribuírem um dorsal VIP, deu tempo para fazer um óptimo aquecimento e colocar-me numa posição na grelha da partida que me permitiu sair sem problemas. No entanto, o arranque após o tiro da largada, foi de loucos, sem saber muito bem se fui empurrado ou puxado pelos atletas de elite, fiz o primeiro km em 3m16s!

Após este autêntico voo, procurei entrar no meu ritmo, mas não foi nada fácil, porque no km seguinte a subida era de respeito e depois de uns escassos metros planos na zona do Marquês, começa-se a descer pela Constituição até aos Aliados, umas vezes ligeiramente, outras acentuadamente, ora em paralelo, ora em alcatrão. Aos 5 kms e com uma volta completada, o meu cronómetro registou 17m55s! A segunda é mais difícil, pois a subida ainda é mais longa, começa na Rua Sá da Bandeira e só termina no Marquês, sem esquecer os 300 metros finais a subir e o natural desgaste que o esforço dispendido iria provocar, a manutenção daquele ritmo não seria de todo possível. Assim aconteceu, nos segundos 5 kms contabilizei mais 1m46s que nos primeiros, concluindo a corrida em 37m36s, cujo saldo foi um honroso 75º lugar na classificação geral, entre os 1.870 atletas que cortaram a meta.

Para quem gosta, terminar o ano a correr é sempre um enorme prazer!

Haja pernas para 2010!

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Passeio de Natal!

Quando se corre sozinho faz-se terapia, quando se corre em grupo fazem-se amigos!

O N.A.Taipas nasceu por vontade de meia dúzia de amigos que corriam cada um por si no Parque de Lazer das Caldas das Taipas, mas que um dia resolveram apresentarem-se numa corrida em grupo e em jeito de brincadeira escolheram o pomposo nome de NAT- Núcleo de Atletismo das Taipas.

Apesar de não estar constituído legalmente, não deixa de ser um clube, porque mais importante que ter estatutos e orgãos sociais, é a essência que levou à sua criação - incentivar as pessoas adoptarem uma vida mais saudável através da corrida!

Assim, como que anunciando a quadra festiva que se aproxima, o clube na manhã fria do passado domingo promoveu um passeio de Natal. Os atletas compareceram em razoável número, a maioria envergando t-shirts vermelhas e o tradicional gorro do pai natal. Num ritmo bem calmo percorreram as principais ruas da vila, saudando as pessoas e convidando-as a juntarem-se ao grupo, tentando mostrar-lhes que correr não é nenhum sacrífício, antes pelo contrário é um enorme prazer!

Queria também desejar a todo o pessoal da blogosfera um Feliz Natal e um 2010 cheio de corridas!

Entretanto, haja pernas para a S. Silvestre do Porto!

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Correr em Lisboa.

Inicialmente a minha agenda de corrida não tinha prevista a participação na meia-maratona de Lisboa, prova que fazia parte do programa da Maratona de Lisboa. Contudo, como fui passar o fim-de-semana prolongado à capital e como sou dependente da corrida, não podia deixar de levar as sapatilhas e aproveitar para voltar à competição, precisamente, um mês após a maratona do Porto.

Assim, no sábado, logo que cheguei a Lisboa e depois de algumas peripécias dignas de um tipo do norte que não domina as artérias da grande cidade, lá descobri a Fundação Inatel e o Parque 1º de Maio, situado nas imediações da Av. de Roma/Alvalade, para levantar o dorsal. Logo aqui deu para perceber que os estrangeiros a aderir ao evento seriam em número muito superior aos lusitanos e que nuestros hermanos seriam o grosso do pelotão - só a avaliar pelo castelhano que por ali se ouvia. Apesar de ter já anoitecido deu para ver o modesto estádio - algumas bancadas, um relvado e uma pista de atletismo em volta onde começava e terminava a maratona! A 'meia' apenas terminava cá, pois a sua partida era dada na Baixa Pombalina, mais própriamente no Terreiro do Paço.

No domingo, bem cedo pelas 8h30m já estava a estacionar o meu carro na Av. de Roma, junto a uma entrada de Metro e a dois passos do Parque 1º de Maio, para facilitar a logística. Deste modo ainda tive tempo de ver a partida da maratona e o ridículo de obrigarem os cerca de 1.200 maratonistas a darem uma volta à pista antes de saírem do estádio! Após esta insólita largada e de ter incentivado alguns companheiros de estrada que entretanto reconheci, equipei-me e apanhei o Metro até ao Rossio.

A partida da meia-maratona estava marcada para as 10h30m e ainda faltavam uns 45 minutos, já eu estava a fazer ligeiríssimos trotes de aquecimento. O céu estava cinzento, mas não chovia, a temperatura era agradável, apenas o vento revelava a personalidade, como aliás as previsões da meteorologia vaticinavam. Não tinha objectivos muito precisos para a corrida, mas achava que em condições normais poderia finalizar com um tempo entre 1h18m e 1h19m.

Soou a buzina para a partida e como me tinha colocado quase na dianteira do pelotão, não tive qualquer problema em sair e impor o ritmo pretendido a rondar os 3m45s/km. Os primeiros maratonistas tinham passado pouco antes da largada da 'meia' e, pelo que pude averiguar, não foram mais de duas dezenas, o que fez com que logo a seguir ao 1º km, já na Av. 24 de Julho a estrada estivesse inteiramente à minha disposição! Não me fiz rogado, sem companhia fui subtraindo os sucessivos kms à conta final. Até ao retorno dos 5,5 km o vento estava de frente e foi preciso despender algum esforço para manter o ritmo desejado, mas nos kms seguintes o vento até deu uma ajudinha, com o cronómetro a assinalar os tempos de passagem aos 10 km de 37m15s e aos 15 km de 55m55s. A manter este andamento alcançava o tempo final perspectivado. Foi por esta altura que, vindo de trás um atleta que reconheci da blogosfera - o Fernando Carmo - se chegou a mim, aproveitei a oportunidade e ali mesmo me apresentei trocando com ele algumas palavras. Em boa hora ele apareceu, porque nos 5 kms finais foi preciso muita força nas pernas e muito moral para não esmorecer naquela verdadeira escalada do Cabo Ruivo até à meta. O ritmo obviamente caiu, houve um km que só consegui fazer em 4m26s! No dia anterior tinha dado uma vista de olhos à alimétrica do percurso e não me pareceu que a inclinação do terreno trouxesse tantas dificuldades. Imagino quanto sofrimento estes kms finais provocaram nos maratonistas! O Fernando estava mais forte, escapou-se de mim à entrada do 20 km e ganhou-me gradualmente alguns metros. Concluir a prova dentro do objectivo era já impossível, mas não deixei de dar o máximo até ao fim, acabando por cortar a meta com o meu cronómetro a registar o tempo de 1h20m30s.

Atendendo à fase de abrandamento de treino e às características do terreno - foi seguramente a 'meia' com o percurso mais difícil que corri - o resultado foi excelente, cujo saldo foi um 11º lugar na classificação geral, entre os 1150 atletas que terminaram a corrida e o 2º lugar no escalão M45!

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Maratona do Porto: Passeio, dor e glória!


Estamos no Outono e o exemplo dos últimos dias anunciava que a maratona iria ser corrida com um tempo cinzento e com a possibilidade de ocorrência de chuva. Obviamente que estes caprichos da meteorologia não assustam nenhum atleta, desde que a temperatura não seja muito baixa, aliás até podem de algum modo benéficos. No entanto, se falarmos de vento a coisa já ganha outros contornos e todos torcem o nariz - na verdade o vento nunca é muito amigo dos corredores. O percurso onde a corrida se desenrola, todos o sabem, é muito exposto às deslocações do ar, os amigos aqui da blogosfera que habitam na Invicta e arredores deram conta da ventania que na sexta-feira e no sábado fustigou a zona da Foz. As previsões de tempo apontavam que o vento iria ser de noroeste, atingindo os 21 km/h. Os mais entendidos na matéria avisaram que, nestas condições, os atletas iriam ter de enfrentar o "inimigo" entre os 30 e 40 km da corrida.

Mas previsões não passam disso mesmo e muitas vezes não se confirmam depois na realidade - foi o que efectivamente aconteceu! No entanto, todo este burburinho em volta do vento, levou-me a redefinir a minha estratégia para a corrida. Sentia-me bem e confiante em baixar a fasquia das 2h50m, mas se rolasse a 4 minutos/km e consequentemente passasse a meia-maratona com cerca de 1h24m, a margem de quebra que tinha para a segunda parte da corrida podia ser levada pelo vento, caso este resolvesse aparecer na altura em que surge a barreira dos 30 kms.

O tiro da partida surgiu e o colorido dos atletas foi rompendo entre a manhã cinzenta e a chuva miudinha, no entanto sem ponta de vento! Lá segui com um pequeno grupo, onde me perguntaram a que ritmo iria correr. Informei que iria rolar nos primeiros kms dentro dos 3m50s-3m55s/km aproveitando a inclinação favorável do terreno para amealhar alguns segundos, que poderiam ser preciosos na parte final da corrida, caso o vento quisesse dar um ar da sua desgraça!

Relembrei no último post que uma coisa é a teoria, depois a prática pode ditar outro rumo dos acontecimentos. Quando se corre à chuva parece que há uma tendência de correr mais rápido, como se estivéssemos a fugir dela. Assim, integrado num pequeno grupo desci a avenida da Boavista, passei a Foz, atravessei a ponte D. Luís e passeei-me pelo cais de Gaia, num andamento solto a rondar os 3m55s/km, dobrando a meia-maratona na Afurada com 1h22m30s. O balanço nesta altura era óptimo, sentia-me bem e a margem para alcançar o objectivo era muito animadora. Continuei a engolir os kms nesse ritmo, mas por esta altura já só contava com a companhia da Patrícia, atleta do N.A. Joane. Fomos os dois até aos 28 kms, depois ela começou a quebrar e fiquei sozinho, nada que me apoquentasse ou a que não estivesse habituado. Mantive o bom andamento, nunca excedendo os 4 minutos/km e aos 35 kms sentia que iria fazer um excelente tempo e só uma situação anormal me impediria de tal feito. Mas convém sempre ter em mente que até ao lavar dos cestos é vindima e que a corrida só termina quando cortamos a meta.

Depois de ter ultrapassado o paralelo das palmeiras da Foz, a seguir à placa dos 38 kms, senti uma pontada na coxa direita e uma leve dor a instalar-se! Não entrei em pânico, a margem para a obtenção do objectivo era grande e como estava a poucos kms da meta acreditei que era possível gerir esta contrariedade. Abrandei o ritmo para seguir de forma mais confortável, passando a rolar a 4m20s/km. Na avenida Brasil sou dobrado pelo campeoníssimo António Pinto, que percebeu a minha dificuldade e me disse para ir na "roda" dele. Nem tentei, preferi ir na minha e suportando alguma dor cheguei aos 40 kms junto ao Edifício Transparente com o tempo de 2h38m22s. A garrafa de água que recebi no abastecimento deitei-a na zona da coxa que me doía e como estava fria senti um alívio de imediato. Entretanto, aos 41 kms, o companheiro de muitas corridas, Francisco Novais do Vitória S.C,, ultrapassou-me na subida do Bela Cruz e eu apanhei a boleia e segui no ritmo dele. A meta estava ali à frente dos olhos! A dor tinha desaparecido e num último fôlego corria abaixo dos 4 minutos/km! Movido pelo incentivo dos amigos e do público entrei na recta final em sprint e ao cruzar a meta o cronómetro registou o fantástico tempo de 2h47m47s!

Concluí a minha 10ª maratona!
O vento não apareceu.
O paralelo não é muito amigo das minhas pernas.
Perdi na segunda parte da corrida 2m47s.
A dor que senti desapareceu e nunca mais deu sinais.
O objectivo foi largamente alcançado!
O meu record foi melhorado em 4m11s!

As últimas palavras são para os meus companheiros do N.A. TAIPAS. Dos 25 inscritos, 23 concluíram a prova, todos com excelentes tempos e cumprindo os objectivos que se tinham proposto. Quando em 2004, também no Porto, me aventurei na maratona juntamente com 6 amigos, estava longe de imaginar que volvidos 5 anos o movimento em torno da maratona atingisse tamanha dimensão.
Na classificação geral por equipas, O N.A. TAIPAS foi o primeiro entre as 25 equipas que pontuaram.

Estamos todos de parabéns!

Viva a maratona!

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Objectivo 169 minutos e 59 segundos!

Está aí a Maratona do Porto!

Após 900 kms nas pernas, de treino específico durante as últimas 9 semanas, no próximo domingo vou estar na linha de partida para correr a minha 6ª maratona no Porto, tantas quantas as edições que o evento já conta. Conforme tinha prometido em Abril, aqui no blog, aquando da última maratona que corri em Lisboa, o objectivo para a do Porto seria baixar a fasquia das 2h50m. Assim, é com este tempo na mente que irei abordar a corrida.

O treino que fiz correu dentro do planeado e, salvo alguma contrariedade de última hora, posso afirmar com alguma segurança que estou em boa forma. No entanto, cada maratona tem a sua história. Assim aconteceu nas 9 que já corri, obviamente esta não irá fugir à regra. A meteorologia é um dos factores que não podemos controlar - vento, chuva, calor ou humidade podem comprometer os objectivos de qualquer atleta, seja ele de elite ou do pelotão. Se o S. Pedro abençoar as pernas com um tempo ameno e fresco, a empreitada fica dependente da boa ou má estratégia seguida durante a corrida. Sendo certo que, se a abordarmos acima das nossas possibilidades e de quanto efectivamente valemos no momento, iremos pagar a ousadia mais tarde, ou seja, lá para os 30/35 kms e todos os objectivos ficarão definitivamente comprometidos. A maratona não se corre apenas com as pernas, corre-se também com muita cabeça!

O percurso da maratona do Porto é enganador, não sendo dos mais difíceis, também não é tão fácil como pode parecer, sobretudo se nos fiarmos apenas nos primeiros 15 kms. Todos os que a correram sabem bem quanto custa correr no famoso paralelo do túnel da Ribeira e junto às palmeiras da Foz, sem esquecer o piso na zona do cais de Gaia que também não é muito macio.

Assim, depois de ponderar todos estes factores, a minha táctica para domingo é muito simples: rolar a 4 minutos/km, passar à meia-maratona com um tempo a rondar a 1h24m, ficando com uma margem de cerca de 1m40s para eventualmente perder na segunda parte da corrida e desta forma baixar os 170 minutos! Mas isto é a teoria, iremos ver como será na prática!

Nestes dias que antecedem a prova rainha do atletismo, povoa-me sempre a memória umas palavras que li num jornal acerca da maratona, que já as referi aqui a propósito desta mítica corrida, mas que nunca é demais recordar - "...mais que um acontecimento físico, a maratona é um duelo espiritual, a mais sedutora luta entre o homem e os deuses, em que os deuses são a distância, o tempo a alma...".

Haja pernas...haja alma!!!

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Porto de honra, Porto de encontro.



No passado domingo nas margens do Douro, e no palco de grande parte do percurso da Maratona do Porto do próximo dia 8 de Novembro, realizou-se a Meia-Maratona SportZone. Para a 3ª edição desta corrida a organização, e na linha dos anos anteriores, contratou uma verdadeira legião de estrelas africanas, onde se destacava o recordista mundial da maratona e talvez o melhor altleta de fundo de todos os tempos, o campeoníssimo Haile Grebrselassie!
O Haile não deixou ficar os créditos por pernas alheias e venceu a corrida com o fantástico tempo de 1h04s, apesar do vento que se fez sentir.

Cheguei cedo ao local da partida e como a prova só começou meia hora mais tarde devido à transmissão televisiva, deu para cumprimentar e conversar com amigos, julgava até que iria fazer um aquecimento adequado, mas como estava uma multidão, fiz apenas o aquecimento possível para estar em boa posição na largada. Deste modo, fiquei com a elite um palmo à frente dos meus olhos!

A pessoa escolhida para dar a partida foi Jorge Nuno Pinto da Costa. Todos lhe reconhecem a contundente ironia das suas intervenções, mas desta vez ele apurou ainda mais o seu sarcasmo - na semana em que os dragões decidiram extinguir o atletismo do clube, o presidente do F.C. do Porto dava o tiro de partida numa corrida!

Como escrevi por aqui, esta 'meia' era para dar o máximo. Para alcançar um tempo a rondar o meu record na distância teria de correr a um ritmo de 3m40s/km, ou seja 18m15s cada 5 km. Foi com este pressuposto que iniciei a corrida.

Assim, os primeiros 5 km foram dobrados com 17m59s, aos 10 km com 36m22s, aos 15 km com 54m48s e os 20 km com 1h13m04s, finalizando a prova com 1h17m16s, a escassos 6 segundos do meu record pessoal!

Fiquei um boacadinho desapontado, mas rapidamente me passou, afinal de contas obtive um resultado muito honroso, terminando na classificação geral em 72º lugar, entre os 1415 atletas que concluíram a prova e no meu escalão fui 4º classificado.

Após 6 semanas de treino específico para a maratona e 650 kms nas pernas, o importante foi verificar a forma como obtive este tempo, contornando com alguma facilidade as dificuldades impostas pelo vento, sempre com uma cadência média dentro do planeado, correndo com bastante frescura e acabando a prova sem grande esforço dispendido.

Da parte da tarde participei com muito agrado no II Meeting Blogger, onde num restaurante de V.N. de Gaia com excelente vista para o rio Douro, reuniram-se 40 pessoas, entre elas 17 autores de blogs, de vários pontos do país. Quando me lancei na aventura da corrida estava longe de imaginar as pessoas que iria conhecer através deste desporto. Quando decidi escrever sobre corrida e ter um blog nunca me passou pela cabeça os amigos que iria fazer!

Entre as linhas de meta e as linhas da blogosfera vão-se construindo amizades, num feliz encontro entre as pernas e as palavras!

Bons treinos...boa escrita!

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Correr em Ovar, mas no Porto a pensar...



O feriado de 5 de Outubro, quando em Portugal se comemora a implantação da República, para a malta das corridas é o dia da Meia-Maratona de Ovar! Assim, esta segunda-feira realizou-se a 21ª edição de uma corrida pela qual todos os atletas do pelotão nutrem especial simpatia. A organização é boa, o 'saco' atribuído aos atletas no final da prova é bastante recheado, a t-shirt é bonita e nunca falha o habitual prato decorativo em cerâmica alusivo à prova.

Com todos estes atractivos o número de participantes a aderir ao evento é sempre muito elevado. O público a assistir é bastante numeroso e como a corrida se desenrola num percurso quase na totalidade plano, proporciona aos atletas óptimas prestações.

Quanto à minha presença pouco há a dizer. Esta prova foi integrada no plano de preparação para a Maratona do Porto e o objectivo era corrê-la num ritmo vivo, mas longe do máximo. Assim, deu para desfrutar da paisagem, para conversar com os amigos e sem nunca perder o controlo da corrida, concluí a 'meia' com o tempo de 1h23m10s, dentro do previsto.

Os treinos específicos para a maratona atingiram a sua metade. Para já sinto-me bastante bem, o último teste vai ser efectuado na Meia-Maratona SportZone, disputada no mesmo palco da maratona, no Porto, no próximo dia 18 de Outubro, essa sim para correr a ritmo competitivo.

Para finalizar gostaria de partilhar com o pessoal da blogosfera o quanto estou contente com o número de valentes que o meu clube já inscreveu na Maratona do Porto - 25 atletas!

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Ligue-se à corrida!

Os treinos para a Maratona do Porto decorrem a bom ritmo!

Às segundas e quintas-feiras pelas 7h30m da manhã já estou na terra batida do Parque de Lazer das Caldas das Taipas, para um treino descontraído de 1h e cerca de 12 kms.

Às terças e sextas-feiras, o dia está a nascer e pelas 7h já vou estrada fora, para fazer um circuito que começa e termina num ambiente urbano, mas que atravessa a zona rural da encosta da Citânia de Briteiros. 1h30m de treino de média intensidade que oscila entre os 15 e os 20 kms.

A quarta-feira é o dia reservado para o tartan da Pista Gémeos Castro em Guimarães. Assim, ao fim da tarde por volta das 17h30m, treino a resistência e a potência aeróbica fazendo entre 8 e 10 'séries' de 800 metros, precedido do respectivo aquecimento e no fim a habitual corrida de descontracção.

Ao sábado, pelas 9h, novo treino de descompressão na terra batida, desta feita na margem do rio Ave, no Parque de Lazer Ínsua-Ponte, onde o plano é correr 13 kms em 1h.

O domingo pela manhã é dedicado ao inevitável treino longo no asfalto durante algumas horas. O percurso escolhido vai do Avepark a Briteiros feito várias vezes para devorar kms que variam entre os 24 e os 32, sem esquecer pelo meio de fazer alguns acima do ritmo competitivo.


O meu nome é José Capela.
Se eu podia viver sem a corrida?
- Poder, podia...mas a minha vida não era a mesma coisa!


Quem corre está ON!

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

O regresso às palavras...

Caros amigos, estou de volta!

Confesso que já tinha saudades. Foram quase três meses que não coloquei os dedos no teclado do computador para os habituais posts, libertando-os para...imaginem?! Tarefas domésticas - cozinhar, lavar loiça, tratar roupa e fazer compras para abastecer a dispensa, passaram a fazer parte da minha rotina diária. Foi um verdadeiro curso intensivo de 'fada do lar'. Até eu fiquei surpreendido com as coisas que aprendi. É bem verdade que a necessidade aguça o engenho e, desenganem-se aqueles que estão a pensar que foi apenas durante um tempo...nada disso, é para continuar!

E então as corridas?

As corridas, correram bastante bem! Os mais atentos e curiosos verificaram que os resultados obtidos na romaria dominical das corridas do mês de Junho e primeira quinzena de Julho tiveram óptimas prestações das pernas.

E os treinos?

Os treinos continuaram (e continuam) a decorrer assiduamente. Assim, durante os meses de Junho, Julho, Agosto e até ao momento, apenas em dois dias dei descanso efectivo às pernas, nos restantes foi sempre a 'devorar kms'! No passado dia 1 de Setembro, atingi os 3.000 kms corridos no ano em curso! Quem corre por gosto, não só não cansa, como arranja e até chega a inventar tempo para correr!

A Maratona do Porto aproxima-se e como sou um dos felizardos que a viu nascer, gatinhar, andar e crescer, estou cuidadosamente a prepará-la, para que as pernas dêem uma boa resposta à minha 6ª presença consecutiva no evento, tendo como objectivo corrê-la em 170 minutos!

As palavras são para continuar.

Os treinos...será preciso dizer??!!

terça-feira, 16 de junho de 2009

Uma pausa...

A vida obriga-nos muitas vezes a tomar decisões e escolher.
Durante o dia, só com muita ginástica e imaginação consigo arranjar tempo para treinar.
Mas como adoro correr, todos os sacrifícios que faço valem a pena!

Por estes dias, à vontade de escrever, acabam por se sobrepor outros valores. Assim, vou fazer uma pausa no blog, prometendo voltar logo que possível.

"O Tempo é um ser difícil. Quando queremos que ele se prolongue, seja demorado e lento, ele foge às pressas, nem se sente as horas.
Quando queremos que ele voe mais depressa que o pensamento, porque sofremos, porque vivemos um tempo mau, ele escoa moroso, longo é o desfilar das horas."
Jorge Amado
Abraço
Até já!

terça-feira, 26 de maio de 2009

Meia-Maratona Douro Vinhateiro: Até ao lavar dos cestos...

A região do Douro é classificada pela Unesco como património paisagístico da Humanidade. Na verdade, este título que lhe foi atribuído, não é mais que o reconhecimento de uma paisagem ímpar que deslumbra o olhar de todos quantos a visitam.

Uma meia-maratona corrida ao longo da margem do rio, com partida sobre a barragem de Bagaúste e com chegada à cidade da Régua, em plena avenida do Douro, só podia conquistar a simpatia e a adesão dos atletas do pelotão. Para dar competitividade à prova a organização distribuía, pelos melhores, prémios monetários bastante atraentes e para abrilhantar a festa, promoveu um caminhada de 6 kms. Como se isto não bastasse, todos os participantes que concluíssem a corrida ou a caminhada habilitavam-se ao sorteio de um automóvel.

Com todos estes ingredientes na lista a Régua foi invadida por 7.000 pessoas que responderam afirmativamente ao slogan do evento - 'A correr ou a caminhar eu vou lá estar!'

Apesar de só terem decorrido 15 dias após a maratona Carlos Lopes, eu não podia deixar de responder a este magnífico apelo. Obviamente que não ia (nem devia) exigir que as minhas pernas tivessem disponibilidade para lutar por um novo record, mas estava empenhado em obter um bom resultado. Assim, o objectivo era começar com alguma moderação e depois com o desenrolar da corrida seguir um ritmo que me permitisse alcançar um tempo final a rondar a 1h20m.

A partida foi dada e rumamos no sentido de Armamar, ou seja, contra a corrente do rio. Logo no primeiro km a meu lado já estava o André Guedes, acompanhante do blog, com quem tinha travado conhecimento em Mirandela, aquando do Nacional de Estrada. Após uma breve troca de palavras resolvemos fazer a corrida juntos, já que o tempo apontado por ambos coincidia. Mais um km e um companheiro de equipa, Carlos Justo, bem como outro atleta que desconheço, formamos um quarteto que foi engolindo os kms e ultrapassando outros atletas. Eu ia controlando o ritmo entre 3m42s-3m46s/km e o André, como é da zona e estava habituado a treinar naquela estrada, dava preciosas indicações da elevação e declive do terreno.

Por volta dos 7 kms na outra margem do Douro passou o comboio, apitando como se anunciasse que estava na hora da inversão de marcha e de correr no sentido da corrente do rio. Por ironia, os kms até à barragem são ligeiramente a subir, caso para dizer que a corrente do rio não ajudou muito, no entanto o grupo não se deixou abater, nem abrandou o ritmo. Após nova passagem em frente à barragem e com 14 kms corridos, as pernas recebem uma pequena benção do terreno que desce suavemente durante 3 kms. Mas, como ouvi recentemente dizer, "o único sítio onde sucesso vem primeiro que trabalho é no dicionário" - a ponte que vislumbrávamos lá adiante e acima dos nossos olhos ia-se aproximando, e quanto mais próximos dela estávamos, maior era a inclinação da estrada. O ritmo caiu um bocadinho, mas a vontade não esmoreceu!

O quarteto desmembrou-se e surgiram dois atletas vindos de trás que nos ultrapassaram na descida da estação. Como estava com força respondi a este ataque e tomei a dianteira forçando ainda mais o ritmo, todos ficaram para trás e nos duzentos metros finais que são ligeiramente a subir ainda me dei ao luxo ultrapassar alguns atletas. Dei por mim a pensar que gosto de competição e que as minhas pernas não contradizem esta minha teimosia!


Um excelente resultado, numa meia-maratona que tem um percurso maravilhoso, que as pernas adoraram e a todos recomendam.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Maratona Carlos Lopes: Atletismo solitário!

Enfim, chegou o dia da Maratona de Lisboa ou para ser mais preciso a Gold Marathon Carlos Lopes, que contava ainda no programa um Bike Tour e uma corrida de 5 km designada Atletismo Solidário. Quando no domingo de manhã, por volta das 7h45m, cheguei ao Casino do Estoril, onde ia ser dada a partida verifiquei que o número de participantes anunciado pela organização, já por si não muito famoso, estava bastante inflacionado. Nada que me surpreendesse!

Enquanto procedia ao aquecimento, e como efectivamente éramos poucos, foi fácil encontrar os companheiros da blogosfera que também se iam lançar nesta aventura, respectivamente o Luís Mota, depois o Fernando Andrade, o António Bento e o Nuno Cabeça. As palavras de circunstância habituais e o desejo sincero de boa sorte para todos.

Os meus objectivos para a corrida eram claros. Melhorar o meu tempo na distância (2h54m15s - Porto 2008) apontando para um tempo final de 2h52m. No entanto, e como me sentia bem, se por ventura conseguisse um grupo poderia ousar chegar dentro das 2h50m. As condições meteorológicas contribuíam com a sua parte, uma vez que o tempo estava nublado e fresco, excelente para correr.

O tiro da partida foi dado e como eram tão poucos os atletas não precisei de correr mais de 200 metros para verificar que não iria integrar nenhum grupo, ou seja, ia fazer uma maratona completamente entregue a mim próprio e ao meu cronómetro. O desafio era manter um ritmo estável e tentar concluir a prova nas 2h52m. Para mim esta maratona foi atletismo solitário!

No entanto, estava preparado para isto, aliás já me tinha mentalizado ao longo da preparação da maratona para esta eventualidade, como bem sabem os meus leitores mais atentos. Assim, fui galgando os kms apreciando a magnifica paisagem da Costa do Estoril, o mar e o encontro com o Tejo, num abraço junto à Torre de Belém.

Foi com o prazer de um miúdo que corre sozinho - pelo meio da estrada que nos outros dias está entupida de automóveis barulhentos mas que hoje era toda dele. Entro na baixa de Lisboa, junto ao edifício da Câmara Municipal, sigo pelo meio do empedrado do trilho do eléctrico, como se fosse eu o próprio eléctrico. Tomo a Rua Augusta onde alguns incentivavam, mas a maioria das pessoas estavam mais preocupada em ver as montras e olham com indiferença para mim. Retribuo-lhes com um sorriso e triunfantemente entro no Rossio onde um aglomerado de pessoas olha para uma grua que está a colocar um painel publicitário e nem deu pela minha presença. Contornei a praça e não escutei uma manifestação de apoio, apenas um bando de pombas que estavam pousadas, levantaram voo à minha passagem!

Um agente da autoridade, quase por favor, indicou-me o caminho, entrei no Terreiro do Paço onde imperava o silêncio e eis-me de novo na larga avenida de acesso ao Parque das Nações. As pernas já tinham engolido 30 kms e o ritmo continuava imperturbável dentro dos 4m5s/Km e eu continuava a divertir-me com o desafio que ia mantendo comigo próprio.

Logo a seguir a Santa Apolónia, surgiu o momento cómico da corrida. Numa paragem de autocarro com meia dúzia de pessoas. Uma mulher, que estava sentada, levantou-se e chegou-se para o meio da avenida como que dirigindo-se a mim. Pensei com os meus calções: "finalmente vou receber um aplauso". Mas não. - "Ó senhor, sabe se há autocarros?" - Nem lhe respondi e a mulher recolheu, decepcionada, à paragem resmungado - "Ao menos podia dizer qualquer coisa"! Continuei a minha corrida mas não pude deixar de esboçar novamente um sorriso.

O tempo foi passando e em breve estava a entrar no Parque das Nações, onde faltavam sensivelmente 3 kms para o final e as pernas não vacilavam, pelo que o objectivo 2h52m estava pronto para ser alcançado. A recepção do Gil de braços abertos contrastava com perspectiva de mudança de terreno, anunciando que ainda iria ter de sofrer um bocadinho, é que nas maratonas não há glória sem sofrimento. Na verdade, aquele empedrado até à meta, onde os arquitectos da Expo'98 quiseram misturar a antiga calçada portuguesa com a modernidade do Pavilhão de Portugal e do Pavilhão Atlântico, não foi concebido a pensar em maratonistas.

Aqui sim, tive que cerrar os dentes e transformar-me um pouco em Pheidippides e correr até à meta com os músculos em autentica vibração para, pelo canto do olho, conferir o cronómetro da chegada e ultrapassa-lo quando este assinalava 2h51m59s!
(1ª 'meia' 1h25m48s - 2ª 'meia' 1h26m11s => Diferença 23s)

Resultado: Pernas para que te quero, 1 - Atletismo solitário, 0.

Comentário inevitável - O comum dos portugueses só liga ao futebol. Para a maioria, a maratona é uma corrida, da qual não tem noção nenhuma do tempo que demora e sabem lá quantos kms são...
Satisfeito por ter cumprido mais uma maratona, recordo o famoso comentário: "E o burro, sou eu?!"

Fica aqui prometido que em Novembro, na Maratona do Porto, o objectivo é baixar das 2h50m!

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Aritmética do treino.

Faltam apenas duas semanas para o dia 10 de Maio e para a Gold Marathon Carlos Lopes, o treino está praticamente feito. Devido ao adiamento da prova, que inicialmente estava marcada para 19 de Abril, conforme escrevi por aqui, tive de fazer alguns ajustamentos ao treino. Assim, tive que esticar um plano que tinha sido concebido para 9 semanas e com uma competição de 1 meia-maratona, para um plano de 12 semanas com 2 meias-maratonas competitivas. Os resultados das competições como sabem, foram excelentes, resta agora saber se ainda fiquei com reservas suficientes para fazer um bom resultado na maratona. A organização dos treinos teve de conter alguma moderação, pelo que a partir da Meia-Maratona Cego do Maio, que culminou com a 7ª semana de treino, comecei a abrandar ligeiramente o ritmo das séries e também a componente rápida dos treinos longos, mas o resto seguiu em moldes idênticos. O Objectivo é andar ligeiro, mas nunca esgotar a força! Até agora tenho-me sentido bem, mas todas as dúvidas serão dissipadas no próximo dia 10. Nunca uma maratona é igual à outra, daí o fascínio desta mítica corrida!

7ª SEMANA 30/3 - 05/04
Segunda
54' Corrida contínua a 4'57"/km - 10,90 km
Terça
60' Corrida contínua a 4'48"/km - 12,70 Km
Quarta
Aquecimento 36'
4 rectas de 100m (Média 24")
Séries: 6x800m (Média 2'44") (Recuperação a trote (1'30")
Descontracção 16'
15,70 km
Quinta
58' Corrida contínua a 5'04"/km - 11,50 Km
Sexta
60' Corrida contínua a 5'13"/km - 11,50 Km
Sábado
50' Corrida contínua a 5'26"/km
4 rectas 100m (Média 20")
10,00 km
Domingo
Meia-Maratona Cego do Maio - 1h17m10s (Média 3'40"/km)
21,0975
Tempo total de treino de corrida - 7h20m
Kms percorridos 93,20

8ª SEMANA 6/4 - 12/04
Segunda
50' Corrida contínua a 5'26"/km - 9,20 km
Terça
60' Corrida contínua a 4'55"/km - 12,20 Km
Quarta
Aquecimento 35'
15 x 30" rápidos (90% capacidade) (Recuperação a trote 1')
Descontracção 15'
13,30 km
Quinta
60' Corrida contínua a 4'57"/km - 12,10 km
Sexta
71' Corrida contínua a 4'45"/km -14,90 km
Sábado
60' Corrida contínua a 5'13"/km - 11,50 km
Domingo
1h44m de corrida
Aquecimento 7'30"
9 km a 4'37"/km
6 km a 3'44"/km
9 km a 4'18"/km
25,20 km
Tempo total de treino de corrida - 8h05m
Kms percorridos - 98,40

9ª SEMANA 13/04 - 19/04
Segunda
50' Corrida contínua a 5'13"/km - 9,60 km
Terça
73' Corrida contínua a 4'54"/km - 14,90 km
Quarta
Aquecimento 33'
4 rectas de 100m (Média 24")
Séries: 8x800m (Média 2'45") (Recuperação a trote 1'30")
Descontracção 17'
17,20 km
Quinta
61' Corrida contínua a 5'10"/km - 11,80 km
Sexta
80' Corrida contínua a 4'54"/km
6 rectas progressivas 180m ( Média 40")
19,00 km
Sábado
60' Corrida contínua a 5'10"/km - 11,60 km
Domingo
Aquecimento 7'30"
1h53m de corrida
9 km a 4'40"/km
7 km a 3'49"/km
10 km a 4'20"/km
27,20 km
Tempo total de treino de corrida - 9h04m
kms percorridos - 111,30

10ª SEMANA 20/04 - 26/04
Segunda
60' Corrida contínua a 5'19"/km - 11,30 km
Terça
73' Corrida contínua a 4'50"/km - 15,10 km
Quarta
Aquecimento 32'
4 rectas de 100m (Média 24")
Séries: 10x800m (Média 2'47") (Recuperação a trote 1'30")
Descontracção 15'
19,00 km
Quinta
60' Corrida contínua a 5'10"/km - 11,60 km
Sexta
71' Corrida contínua a 4'48"/km
6 rectas progressivas 180m ( Média 38")
16,00 km
Sábado
60' Corrida contínua a 5'13"/km - 11,50 km
Domingo
Aquecimento 7'30"
2h05m de corrida
10 km a 4'36"/km
9 km a 3'53"/km
10 km a 4'21"/km
30,30 km
Tempo total de treino de corrida - 9h21m
kms percorridos - 114,80

Depois de tantos kms, estas semanas que se seguem são de descontracção para as pernas e mentalização da cabeça dos 42 kms e 195 mtos que terei de enfrentar. Não sabendo as condições climatéricas que me vão sair na rifa, mas estando já a preparar-me para uma corrida solitária, pelos ecos que se ouvem relativamente ao número de maratonistas a aderir ao evento, o melhor mesmo é converter as adversidades em motivações.


Haja pernas...e cabeça!

terça-feira, 7 de abril de 2009

Meia-Maratona Cego do Maio: Na onda do record!

A Póvoa de Varzim tem sido, ao longo dos anos que levo de corrida uma cidade, talismã para mim. Os resultados aqui obtidos são sempre muito positivos, é caso para dizer que os ares da Póvoa são bons para a minhas pernas, como outrora diziam que ir a banhos nesta estância balnear dava muita saúde à criançada!

Cheguei bem cedo para proceder ao levantamento do dorsal. Dei uma pequena volta junto ao mar e estava tudo calmo e silencioso. Não havia sol, a temperatura para correr estava óptima e o vento não se fazia sentir, embora por estas bandas nunca se possa confiar muito na sua ausência.

Entretanto, chega a hora do aquecimento e entre ligeiros trotes vamos cumprimentando os amigos. Num repente e duma assentada aparecem os companheiros da blogosfera Miguel Paiva e Mark Velhote. O Miguel estava de bicicleta, privado de correr devido à pubalgia que o tem apoquentado, o Mark esse estava preparado para superar o seu melhor tempo. Após breves palavras sobre a corrida e os objectivos para o futuro, a hora da partida aproximou-se. Estava menos gente que em anos anteriores, não sendo alheio a este facto a corrida de 10 kms que, à mesma hora, ia decorrer em Vila Nova de Gaia. Deste modo, consegui uma excelente colocação na partida, quase em cima da linha da largada.

Soou o tiro da partida e empurrado pela multidão tive que dar corda às sapatilhas ao longo da Avenida dos Banhos. Quando passei no Casino onde aparecia a placa do 1º km, o meu cronómetro assinalou 3m27s! A meu lado já estava o Manuel Mendes, companheiro de muitos kms na Maratona do Porto e recentemente, também meu colega na sessão de séries das quartas-feiras. Tinha-lhe dito a estratégia para a corrida: Se a pilha desse ia tentar rolar a 3m40s/km e desta forma obteria um tempo final ligeiramente melhor que o da 'meia' de Lisboa. Prontamente, o meu amigo disse que me acompanhava até onde pudesse!

O mar da Póvoa é conhecido por ser muito traiçoeiro, assim também esta 'meia' podia reservar surpresas desagradáveis sempre com o suspeito do costume: o vento, que a qualquer momento poderia aparecer. O 2º km foi engolido em 3m36s, estava uma corrida demasiado agitada! Neste momento achei melhor não embarcar num grupo e preferi ficar com o meu amigo e tentar impor o ritmo desejável de 3m40s/km. Era preciso ter calma porque ainda havia muito mar para navegar! Abrandei um bocadinho, mas mesmo assim na passagem dos 5 kms registei 17m51s!

A coisa prometia e a pilha não dava sinais de fraqueza. Vamos lá Manel, que se faz tarde! Os dois, estrada fora, aviamos os 5 kms seguintes em 18m24s. Comentei com o meu companheiro que o tempo era excelente e a continuar assim, tanto ele como eu conquistavamos os ambicionados records! Animados, e já depois do retorno de Santo André rumo ao centro da Póvoa, continuamos num excelente ritmo médio de 3m40s/km. Momentaneamente, seguimos junto da atleta feminina que ia em terceiro lugar e mais dois atletas, mas num instante todos ficaram para trás. Aos 15 kms o ponto da situação não poderia ser melhor - 54m35s! Não cheirava a maresia, mas sim a record!

Por esta altura o meu amigo ficou ligeiramente para trás e como para a frente é que é caminho, aí fui eu entregue às minhas pernas. O objectivo era não deixar que o ritmo se desviasse muito dos 3m40s/km, ainda resisti e tive de cerrar os dentes quando o tal suspeito do costume - o vento, deu um ligeiro ar da sua graça, precisamente quando o terreno subia ligeiramente. Apesar de tudo consegui manter uma média de 3m45s/Km entre o 18º e o 20º km, muito moralizadora porque, entretanto, dobrei dois atletas que iam em perda. Quando passei de novo junto ao Casino e à entrada do último km, em pleno Passeio Alegre, como que apanhando uma onda, voei para a meta e para o record à média de 3m35s/Km, concluindo a prova no fantástico tempo de 1h17m10s!

O meu companheiro Manuel Mendes chegou logo a seguir, batendo também o seu record: 1h17m26s! No final trocamos um forte abraço e, claro, pedimos para nos tirarem uma fotografia para mais tarde RECORDar!