quarta-feira, 9 de julho de 2008

Grande Prémio de S. Pedro.


A Póvoa de Varzim está no pódio das terras que muito divulgam e promovem o atletismo. O município organiza já há alguns anos, em Março, a Meia-Maratona 'Cego do Maio', mais recentemente, pelo segundo ano consecutivo, no mês de Maio e em conjunto com o autarquia vizinha, de Vila do Conde, fez nascer a 'Corrida da Marginal' (10 km). Por fim integrado nas festas da cidade, há 20 anos que chama os melhores atletas nacionais, para correrem o sempre muito competitivo e tradicional Grande Prémio de S. Pedro (10 km).

Marquei presença nas duas provas anteriores e o calendário foi organizado para também não faltar a esta. Na manhã do passado domingo estava um dia de sol esplendoroso, no entanto corria uma amena brisa que espalhava um agradável cheiro a maresia. Bem cedo a praia recebia os primeiros banhistas, mas os atletas que entretanto chegavam para o levantamento dos dorsais, também faziam notar a sua presença. Como havia corridas para os mais novos em diversos escalões, a ruidosa alegria de centenas de crianças e adolescentes, misturada com a música que ecoava das colunas de som, dava um ar muito festivo à Av. dos Banhos.

A primeira vez que participei nesta corrida foi no ano de 2003 e desde aí até agora corri todas as edições. No dia anterior à prova, resolvi consultar os meus arquivos para comparar os tempos obtidos ao longos dos anos. Curiosamente, verifiquei que em todas as minhas participações fui subtraindo uns segundos ao meu tempo final. Assim,
- 2003: 38m06s;
- 2004: 37m35s;
- 2005: 37m23s;
- 2006: 36m46s;
- 2007: 36m26s.
Desta forma arranjei motivação acrescida para esta corrida e o objectivo era continuar a melhorar em alguns segundos o tempo da prova.

O aquecimento foi feito nas calmas, enquanto decorriam as corridas dos mais novos e logo aqui pude constatar o elevado número de atletas que ia alinhar à partida e também o numeroso público presente ao longo da Av. do Passeio Alegre. Passavam alguns minutos das 11 horas e o speaker apelou aos atletas para que se encaminhassem até à meta afim de dar ínicio à corrida. Consegui, apesar da habitual confusão uma boa colocação na grelha da partida. O tiro da largada soou e 'empurrado' por uma enorme onda humana o primeiro km foi corrido a um ritmo alucinante, em 3m22s! Com a estrada mais livre e para mais tarde não pagar caro a ousadia de tamanha velocidade, coloquei 'rédea' nas pernas e no segundo km o tempo caiu para os 3m39s, o ritmo que precisaria de manter para cumprir o objectivo. No terceiro km estava integrado num grupo, onde a companheira da corrida anterior - Fátima Silva, marcava o andamento e como para mim servia, deixei-me ficar por ali. Passei os 5 km com 17m55ss, contudo no km seguinte a Fátima ao avistar uma atleta do S.C. Braga forçou o andamento na tentativa de a apanhar, fui com ela e o ritmo do sexto km baixou para 3m35s. A Fátima forçou ainda mais, mas eu não a acompanhei, ao sétimo km o meu ritmo tinha caído para 3m44s, mas ainda estava bem dentro do tempo para cumprir o objectivo e sentia-me com bastante energia. Logo a seguir, já sozinho estrada fora, dobrei a atleta bracarense, uns metros mais à frente seguia a Fátima que me parecia em perda. Assim era, pouco antes dos 8 km já seguia com ela e com mais dois atletas que entretanto se atrasavam. À passagem do oitavo km, tomei a dianteira do grupo e imprimi um ritmo mais forte, 3m39s/km, deixando toda a concorrência para trás, entrei no último km em ritmo progressivo e aproveitando a ligeira descida embalei a 3m31s/km até à meta, contabilizando o tempo final de 36m09s!

No Grande Prémio de S. Pedro, nem quebraram as pernas, nem a tradição se quebrou! A saga da melhoria de tempos nesta corrida continua no próximo ano. Até lá muitas outras histórias haverão de surgir, porque correr é uma aventura que se renova em cada prova!