terça-feira, 11 de novembro de 2008

Meia-Maratona da Nazaré: O embalo da 'mãe'.


A Meia-Maratona da Nazaré é a mais antiga do país e é reconhecida por todos como a mãe das meias-maratonas. Este ano cumpriu a 34ª edição com a particularidade de não oferecer prémios monetários aos primeiros classificados e, desta forma, o que se perdeu com a ausência dos melhores atletas nacionais, ganhou-se através do cariz mais popular que os atletas do pelotão oferecem à corrida.

A minha primeira 'meia' na Nazaré foi em 2003 e desde então, até agora, não falhei nenhuma. Assim, este domingo, juntamente com nove elementos da minha equipa rumei até à Nazaré para cumprir a minha 6ª. presença consecutiva. Após 15 de dias de ter corrido a Maratona do Porto, apresentei-me à 'mãe' com objectivos maleáveis. Sabia que queria começar com calma e cautela, depois à medida que os kms fossem ultrapassados analisaria o desempenho das pernas e, em função disso, imprimiria maior ou menor ritmo. O sol brilhava realçando ainda mais o azul do mar, a temperatura era muito agradável e não existia vento. Estavam reunidas as condições para uma bela corrida.

Apesar de me parecer que havia menos gente que em anos anteriores, ainda assim compareceram na linha de partida cerca de 1.250 atletas. Estava bastante descontraído, por isso nem sequer me preocupei com uma boa colocação na saída e, como esta é dada na larga avenida da praia, a questão acabava por se resolver com relativa facilidade. O tiro da partida ia ser dado pela grande Rosa Mota, que ainda hoje detém o record feminino da prova com o fantástico tempo de 1h10m31s, conquistado no longínquo ano de 1989! A pistola estava sem 'pólvora' pelo que teve de ser o speaker a fazer a contagem até três para que a corrida começasse! Ao longo dos 34 anos a 'mãe' deve ter muitas histórias para contar, esta será certamente mais uma peripécia para acrescentar ao seu extenso rol.

O 1º km é feito ainda na avenida da praia e porque estava no meio da multidão nem consegui ver a placa que o assinalava. Assim só no 2º km, já no início da subida para a habitual primeira volta à vila, é que consegui marcar o tempo de 7m55s. Modesto, mas satisfazia-me plenamente. O 3º km é feito ainda a subir foi percorrido em 4m01s, depois descia e ao voltar a passar na avenida da praia, já em terreno plano, o tempo naturalmente baixaria, o que sucedeu e à passagem dos 5 km o meu cronómetro assinalou 19m32s a uma média de 3m54s/km.

As pernas estavam ligeiras pelo que as deixei ir estrada fora. Os segundos 5 km foram um pouco mais rápidos, 19m17s com a média por km a baixar para 3m51s. A seguir ao km 10 começa a subir até ao retorno de Famalicão, que é sensivelmente ao km 12,5 e , apesar do grau de dificuldade do percurso ser maior, as pernas estavam com vontade de aligeirar ainda mais o passo e fiz-lhes a vontade! A mãe é muito generosa, estava confiante que não ia ralhar comigo! Como depois da subida vem a descida, quando dobrei a placa dos 15 km o meu tempo total de prova era de 57m55s, com os terceiros 5 km a serem corridos em 19m06s e a média por km a cair para os 3m49s.

Eu sou um bocado teimoso e as minhas pernas também! Não estavam satisfeitas, queriam mais. As mães são muitas vezes condescendentes com a birra dos filhos! Logo a mãe não se iria aborrecer comigo se eu fosse mais depressa, antes pelo contrário, ainda senti um certo incentivo chegando ao km 20 com o tempo total de 1h16m45s, cumprindo os quartos 5 kms em 18m50s, à média de 3m46s/km! Depois embalado pela mãe imprimi um ritmo mais forte até à meta correndo os 1.097,5 metros finais em 3m55s, concluindo a prova com o tempo de 1h20m40s!
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Fiquei bastante satisfeito com a minha prestação e ainda mais contente pela forma simples e fresca como corri. Foi a minha melhor marca ma meia dúzia de visitas que fiz à 'mãe' que com o seu carinho, parece que ainda me sussurrou ao ouvido que poderei bater o meu record em 'meias', brevemente!
Haja pernas!!!!