quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Correr e delirar nas margens do Douro.

A segunda edição da meia-maratona Sport Zone veio confirmar aquilo que prometera no ano passado aquando da sua criação - num futuro próximo fazer deste evento de corrida um dos maiores e melhores realizados em Portugal. Pelo que se viu domingo estes objectivos começam desde já a ser alcançados.

A prova é disputada nas cidades do Porto e Vila Nova de Gaia, nas margens do rio Douro, atravessado-o através do tabuleiro inferior da Ponte D. Luís I, demonstrando que um rio nunca é uma barreira, mas sim um elemento de união. Ao longo do percurso somos brindados com um cenário deslumbrante, onde sobressai a magnífica engenharia das pontes de diversas épocas, o pitoresco aglomerado de casas da zona ribeirinha, classificado como Património da Humanidade pela Unesco e as famosas caves do vinho do Porto, ostentando nas diversas marcas os nomes das famílias que desde há séculos se dedicam à produção do precioso néctar dos Deuses.

A organização, de modo a promover o crescimento e a afirmação da prova, tem apostado em fazer alinhar à partida uma 'armada' de velozes quenianos. No ano passado o cabeça de cartaz foi o campeoníssimo Paul Tergat, este ano a honra coube ao recordista mundial da meia-maratona e recente vencedor da maratona das olimpíadas de Pequim, onde estabeleceu novo record olímpico - Samuel Wanjiru. Também se apresentou à partida a nossa Vanessa Fernandes que nos deu a prata, no Triatlo, em Pequim. A corrida tem esta coisa fantástica - atrevo-me mesmo a dizer que é capaz de ser a única modalidade desportiva em que um simples 'atleta de pelotão' consegue participar numa competição onde alinham os melhores do mundo!

Conforme referi no post anterior, a meia-maratona iria servir para avaliar o estado da minha forma, após quatro semanas de treino específico para aquele que é o meu grande objectivo da época - a Maratona do Porto. Assim, depois de longas horas e muitos quilómetros de treino, no regresso à competição as minhas pernas deram uma excelente resposta. A estratégia para a corrida passava por chegar dentro do meu melhor tempo, tentando correr num ritmo estável em cada quilómetro. Aqui deixo o registo dos meus tempos de passagem a cada 5 km, correndo sempre a uma média que se fixou no intervalo de 3m44s-3m49s/km:
- 5 km->18m45s/18m45s;
- 10 km->18m48s/37m33s;
- 15 km->18m59s/56m32s;
- 20 km->19m04s/1h15m36s.

Naturalmente e sem surpresas o vencedor foi o Samuel Wanjiru com o tempo de 1h01m24s, a Vanessa Fernandes alcançou o 35º lugar com o tempo de 1h17mo4s e eu cortei a meta em 48º lugar com o tempo de 1h19m31s! Numa meia-maratona corrida com um tempo bastante quente e húmido, onde terminaram 1.151 atletas parece-me que não estive nada mal!

No final o simpático pai da minha amiga Ana Pereira, tirou-me uma fotografia junto à menina que me ia entregar a medalha. Achei imensa graça, porque a Ana disse que eu estava com um ar 'esgazeado'! Pois é, na verdade ainda há pouco tempo achava que correr uma meia-maratona abaixo de 1h20m era coisa de loucos, aí estou eu a integrar esse distinto grupo!

Até que as pernas permitam, a loucura não vai parar!!!

5 comentários:

Unknown disse...

Ola Zé

fazes um relato magnifico da prova, esse tempo faz uma inveja, os meus parabéns.

Jorge Cerqueira disse...

Meu amigo Capela que lindo lugar, parabéns por mais um desafio, fizeste um ótimo tempo e desde já lhe desejo sorte na Maratona de Porto.

Um abraço,

JC
www.jmaratona.blogspot.com

MPaiva disse...

Excelente resultado! Parabéns!
Fico a aguardar que nos encontremos no Porto, onde conto correr a minha primeira Maratona.

Anónimo disse...

Olá Capela

os meus parabéns, grande marca (mais uma).
Que a loucura continue de novo nas margens do Douro a 26 de Outubro.
Abraço,
António Almeida

Anónimo disse...

Meia Maratona Sport Zone
Ouvir os sinais…não só os do Fernando Alves na TSF mas e fundamentalmente aqueles que o nosso corpo nos transmite. Por vezes até nos grita mas, algumas vezes tentamos não ouvir. Foi algo que tal que me aconteceu na Meia Sport Zone. Após 2 semanas de muito trabalho, pouco repouso e treino pouco específico e orientado para esta prova, chegamos ao local de partida algo cansados. Ainda assim, começamos a prova a um ritmo de record pessoal. De facto até ao 5 km seguimos confortavelmente a pouco menos de 5m/km. Até aos 10km ainda mantivemos esse ritmo mas já sem o mesmo avontade dos primeiros 5km. Como tantas outras vezes, a nossa dissociação mental passava por procurar alguns amigos mais rápidos que já vêm enquanto ainda vamos. É por isso vulgar saudar o Zé Cândido e sempre um pouco mais atrás o Fontinha de Vila Real.
Como dissemos no final a um amigo, nesta prova “morremos 2 vezes” e a primeira ocorreu por volta dos 12kms, altura em que tivemos que reduzir o ritmo. Ainda assim continuamos a prova a tentar disfrutar ao máximo da paisagem mas com algum sofrimento.
Por volta dos 16 e 18kms morremos outra vez quando tivemos que parar duas vezes com caimbras. Nunca tal nos sucedera…
Foi nessa altura que passou por nós o Zé Peixoto (a iniciar-se em meias maratonas) a um ritmo que não conseguimos acompanhar
Já mesmo nos últimos kms, contamos com a ajuda de um pradense que nos ajudou a terminar a prova de forma mais ou menos confortável.
Por que todas as provas têm as suas estórias, a última desta foi termos recebido no final da mesma, um par sapatilhas New Balance relativo a um sorteio realizado na Volta a Paranhos há quase um ano...