quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Correr em Lisboa.

Inicialmente a minha agenda de corrida não tinha prevista a participação na meia-maratona de Lisboa, prova que fazia parte do programa da Maratona de Lisboa. Contudo, como fui passar o fim-de-semana prolongado à capital e como sou dependente da corrida, não podia deixar de levar as sapatilhas e aproveitar para voltar à competição, precisamente, um mês após a maratona do Porto.

Assim, no sábado, logo que cheguei a Lisboa e depois de algumas peripécias dignas de um tipo do norte que não domina as artérias da grande cidade, lá descobri a Fundação Inatel e o Parque 1º de Maio, situado nas imediações da Av. de Roma/Alvalade, para levantar o dorsal. Logo aqui deu para perceber que os estrangeiros a aderir ao evento seriam em número muito superior aos lusitanos e que nuestros hermanos seriam o grosso do pelotão - só a avaliar pelo castelhano que por ali se ouvia. Apesar de ter já anoitecido deu para ver o modesto estádio - algumas bancadas, um relvado e uma pista de atletismo em volta onde começava e terminava a maratona! A 'meia' apenas terminava cá, pois a sua partida era dada na Baixa Pombalina, mais própriamente no Terreiro do Paço.

No domingo, bem cedo pelas 8h30m já estava a estacionar o meu carro na Av. de Roma, junto a uma entrada de Metro e a dois passos do Parque 1º de Maio, para facilitar a logística. Deste modo ainda tive tempo de ver a partida da maratona e o ridículo de obrigarem os cerca de 1.200 maratonistas a darem uma volta à pista antes de saírem do estádio! Após esta insólita largada e de ter incentivado alguns companheiros de estrada que entretanto reconheci, equipei-me e apanhei o Metro até ao Rossio.

A partida da meia-maratona estava marcada para as 10h30m e ainda faltavam uns 45 minutos, já eu estava a fazer ligeiríssimos trotes de aquecimento. O céu estava cinzento, mas não chovia, a temperatura era agradável, apenas o vento revelava a personalidade, como aliás as previsões da meteorologia vaticinavam. Não tinha objectivos muito precisos para a corrida, mas achava que em condições normais poderia finalizar com um tempo entre 1h18m e 1h19m.

Soou a buzina para a partida e como me tinha colocado quase na dianteira do pelotão, não tive qualquer problema em sair e impor o ritmo pretendido a rondar os 3m45s/km. Os primeiros maratonistas tinham passado pouco antes da largada da 'meia' e, pelo que pude averiguar, não foram mais de duas dezenas, o que fez com que logo a seguir ao 1º km, já na Av. 24 de Julho a estrada estivesse inteiramente à minha disposição! Não me fiz rogado, sem companhia fui subtraindo os sucessivos kms à conta final. Até ao retorno dos 5,5 km o vento estava de frente e foi preciso despender algum esforço para manter o ritmo desejado, mas nos kms seguintes o vento até deu uma ajudinha, com o cronómetro a assinalar os tempos de passagem aos 10 km de 37m15s e aos 15 km de 55m55s. A manter este andamento alcançava o tempo final perspectivado. Foi por esta altura que, vindo de trás um atleta que reconheci da blogosfera - o Fernando Carmo - se chegou a mim, aproveitei a oportunidade e ali mesmo me apresentei trocando com ele algumas palavras. Em boa hora ele apareceu, porque nos 5 kms finais foi preciso muita força nas pernas e muito moral para não esmorecer naquela verdadeira escalada do Cabo Ruivo até à meta. O ritmo obviamente caiu, houve um km que só consegui fazer em 4m26s! No dia anterior tinha dado uma vista de olhos à alimétrica do percurso e não me pareceu que a inclinação do terreno trouxesse tantas dificuldades. Imagino quanto sofrimento estes kms finais provocaram nos maratonistas! O Fernando estava mais forte, escapou-se de mim à entrada do 20 km e ganhou-me gradualmente alguns metros. Concluir a prova dentro do objectivo era já impossível, mas não deixei de dar o máximo até ao fim, acabando por cortar a meta com o meu cronómetro a registar o tempo de 1h20m30s.

Atendendo à fase de abrandamento de treino e às características do terreno - foi seguramente a 'meia' com o percurso mais difícil que corri - o resultado foi excelente, cujo saldo foi um 11º lugar na classificação geral, entre os 1150 atletas que terminaram a corrida e o 2º lugar no escalão M45!

6 comentários:

Anónimo disse...

Olá Capela
parabéns pela prestação, muito bom.
Não sei se te apercebeste do meu incentivo quando nos cruzámos, bem contou a intenção.
Isso de ser a meia com o percurso masia difícil que correste também tem solução, o "cidadão" organiza uma meia apelidada de meia das "rampas", tens que lá ir.
Continuação de boas corridas.
Abraço.
António Almeida

MPaiva disse...

Capela,

Muitos parabéns pela excelente prova que conseguiste fazer e pelo resultado brilhante no teu escalão etário!

abraço
MPaiva

Anónimo disse...

Olá Zé,

Tendo em conta a dificuldade do percurso fizeste um tempo excelente.
Parabéns!


Beijo,

Manuela

Fernando Carmo disse...

Boas.
De facto, a companhia atenuou o sofrimento no quilómetros finais.
Inscreve-e na meia-maratona de S. João das Lampas, localidade entre Sintra e Mafra. Aí, no cenário saloio, a dureza é extrema... Vale a visita! :-D

João Paulo Meixedo disse...

Sempre em grande, caro amigo.
Ir ali fazer uma prova como quem vai comprar o jornal e fazer essa brilhante prestação ...
Grande abraço.

Unknown disse...

ola capela tambem sou doido por corridas quero ser teu amigo um abraço fica com o meu endereço um abraço lima o corredor