terça-feira, 29 de dezembro de 2009

S. Silvestre do Porto: A última corrida de 2009.

No último domingo do ano realizou-se uma vez mais a S. Silvestre Cidade do Porto, prova que vai na 16ª edição e como já vem sendo hábito teve a excelente organização a cargo da Runporto.

A noite estava fria e a chuva, uma vez por outra, até deu alguns sinais durante a prova, mas só no final (pelo menos para mim) é que caiu com muita intensidade. Apesar de o tempo convidar a estar em casa à lareira, foram muitos os que se deslocaram à Invicta para a tradicional corrida de S. Silvestre e, também em número razoável, os portuenses saíram à rua para aplaudir os atletas.

As características do percurso, composto por duas voltas com subidas e descidas longas e a distância de 10 kms, não me são muito favoráveis, estou mais vocacionado para terreno plano e distâncias maiores, aliás é nesse sentido que os meus treinos são orientados. Assim, para a última corrida de 2009, o objectivo era finalizar com um tempo idêntico ao do ano anterior, 37m16s.

Como tive o privilégio de me atribuírem um dorsal VIP, deu tempo para fazer um óptimo aquecimento e colocar-me numa posição na grelha da partida que me permitiu sair sem problemas. No entanto, o arranque após o tiro da largada, foi de loucos, sem saber muito bem se fui empurrado ou puxado pelos atletas de elite, fiz o primeiro km em 3m16s!

Após este autêntico voo, procurei entrar no meu ritmo, mas não foi nada fácil, porque no km seguinte a subida era de respeito e depois de uns escassos metros planos na zona do Marquês, começa-se a descer pela Constituição até aos Aliados, umas vezes ligeiramente, outras acentuadamente, ora em paralelo, ora em alcatrão. Aos 5 kms e com uma volta completada, o meu cronómetro registou 17m55s! A segunda é mais difícil, pois a subida ainda é mais longa, começa na Rua Sá da Bandeira e só termina no Marquês, sem esquecer os 300 metros finais a subir e o natural desgaste que o esforço dispendido iria provocar, a manutenção daquele ritmo não seria de todo possível. Assim aconteceu, nos segundos 5 kms contabilizei mais 1m46s que nos primeiros, concluindo a corrida em 37m36s, cujo saldo foi um honroso 75º lugar na classificação geral, entre os 1.870 atletas que cortaram a meta.

Para quem gosta, terminar o ano a correr é sempre um enorme prazer!

Haja pernas para 2010!

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Passeio de Natal!

Quando se corre sozinho faz-se terapia, quando se corre em grupo fazem-se amigos!

O N.A.Taipas nasceu por vontade de meia dúzia de amigos que corriam cada um por si no Parque de Lazer das Caldas das Taipas, mas que um dia resolveram apresentarem-se numa corrida em grupo e em jeito de brincadeira escolheram o pomposo nome de NAT- Núcleo de Atletismo das Taipas.

Apesar de não estar constituído legalmente, não deixa de ser um clube, porque mais importante que ter estatutos e orgãos sociais, é a essência que levou à sua criação - incentivar as pessoas adoptarem uma vida mais saudável através da corrida!

Assim, como que anunciando a quadra festiva que se aproxima, o clube na manhã fria do passado domingo promoveu um passeio de Natal. Os atletas compareceram em razoável número, a maioria envergando t-shirts vermelhas e o tradicional gorro do pai natal. Num ritmo bem calmo percorreram as principais ruas da vila, saudando as pessoas e convidando-as a juntarem-se ao grupo, tentando mostrar-lhes que correr não é nenhum sacrífício, antes pelo contrário é um enorme prazer!

Queria também desejar a todo o pessoal da blogosfera um Feliz Natal e um 2010 cheio de corridas!

Entretanto, haja pernas para a S. Silvestre do Porto!

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Correr em Lisboa.

Inicialmente a minha agenda de corrida não tinha prevista a participação na meia-maratona de Lisboa, prova que fazia parte do programa da Maratona de Lisboa. Contudo, como fui passar o fim-de-semana prolongado à capital e como sou dependente da corrida, não podia deixar de levar as sapatilhas e aproveitar para voltar à competição, precisamente, um mês após a maratona do Porto.

Assim, no sábado, logo que cheguei a Lisboa e depois de algumas peripécias dignas de um tipo do norte que não domina as artérias da grande cidade, lá descobri a Fundação Inatel e o Parque 1º de Maio, situado nas imediações da Av. de Roma/Alvalade, para levantar o dorsal. Logo aqui deu para perceber que os estrangeiros a aderir ao evento seriam em número muito superior aos lusitanos e que nuestros hermanos seriam o grosso do pelotão - só a avaliar pelo castelhano que por ali se ouvia. Apesar de ter já anoitecido deu para ver o modesto estádio - algumas bancadas, um relvado e uma pista de atletismo em volta onde começava e terminava a maratona! A 'meia' apenas terminava cá, pois a sua partida era dada na Baixa Pombalina, mais própriamente no Terreiro do Paço.

No domingo, bem cedo pelas 8h30m já estava a estacionar o meu carro na Av. de Roma, junto a uma entrada de Metro e a dois passos do Parque 1º de Maio, para facilitar a logística. Deste modo ainda tive tempo de ver a partida da maratona e o ridículo de obrigarem os cerca de 1.200 maratonistas a darem uma volta à pista antes de saírem do estádio! Após esta insólita largada e de ter incentivado alguns companheiros de estrada que entretanto reconheci, equipei-me e apanhei o Metro até ao Rossio.

A partida da meia-maratona estava marcada para as 10h30m e ainda faltavam uns 45 minutos, já eu estava a fazer ligeiríssimos trotes de aquecimento. O céu estava cinzento, mas não chovia, a temperatura era agradável, apenas o vento revelava a personalidade, como aliás as previsões da meteorologia vaticinavam. Não tinha objectivos muito precisos para a corrida, mas achava que em condições normais poderia finalizar com um tempo entre 1h18m e 1h19m.

Soou a buzina para a partida e como me tinha colocado quase na dianteira do pelotão, não tive qualquer problema em sair e impor o ritmo pretendido a rondar os 3m45s/km. Os primeiros maratonistas tinham passado pouco antes da largada da 'meia' e, pelo que pude averiguar, não foram mais de duas dezenas, o que fez com que logo a seguir ao 1º km, já na Av. 24 de Julho a estrada estivesse inteiramente à minha disposição! Não me fiz rogado, sem companhia fui subtraindo os sucessivos kms à conta final. Até ao retorno dos 5,5 km o vento estava de frente e foi preciso despender algum esforço para manter o ritmo desejado, mas nos kms seguintes o vento até deu uma ajudinha, com o cronómetro a assinalar os tempos de passagem aos 10 km de 37m15s e aos 15 km de 55m55s. A manter este andamento alcançava o tempo final perspectivado. Foi por esta altura que, vindo de trás um atleta que reconheci da blogosfera - o Fernando Carmo - se chegou a mim, aproveitei a oportunidade e ali mesmo me apresentei trocando com ele algumas palavras. Em boa hora ele apareceu, porque nos 5 kms finais foi preciso muita força nas pernas e muito moral para não esmorecer naquela verdadeira escalada do Cabo Ruivo até à meta. O ritmo obviamente caiu, houve um km que só consegui fazer em 4m26s! No dia anterior tinha dado uma vista de olhos à alimétrica do percurso e não me pareceu que a inclinação do terreno trouxesse tantas dificuldades. Imagino quanto sofrimento estes kms finais provocaram nos maratonistas! O Fernando estava mais forte, escapou-se de mim à entrada do 20 km e ganhou-me gradualmente alguns metros. Concluir a prova dentro do objectivo era já impossível, mas não deixei de dar o máximo até ao fim, acabando por cortar a meta com o meu cronómetro a registar o tempo de 1h20m30s.

Atendendo à fase de abrandamento de treino e às características do terreno - foi seguramente a 'meia' com o percurso mais difícil que corri - o resultado foi excelente, cujo saldo foi um 11º lugar na classificação geral, entre os 1150 atletas que terminaram a corrida e o 2º lugar no escalão M45!